Olharei esta imagem por muitos anos e todas as vezes sentirei vivamente este momento como se estivesse acontecendo agora.
Para muitos pode ser um registro de um grupo de pessoas rezando ao pé da cachoeira.
Este retrato “congelou” para a história, ao menos a nossa história, o resultado de um ano em que cada dia foi intenso, cada encontro foi mágico, cada palavra foi verdadeira, cada palma fez vibrar algo dentro de mim, cada abraço concretizou e solidificou a relação de irmandade, cada sorriso fez brilhar a ideia de família espiritual e todas as supostas dificuldades, tropeços, enfrentamentos naturais do ser humano foi dignamente aceitas e enfrentadas, fez-se constante os êxitos e vitórias.
Umbanda para muitos se resume ao terreiro, e o terreiro por sua vez se resume em “pronto socorro espiritual”. Entendo e respeito este ideia e intenção. Entretanto a mim sempre foi incomodo, pois entendo um Templo como a casa do “papai do céu” e na casa do papai encontramos com nossa família, a “família do céu”.
Família Espiritual é aquela que está conectada conosco antes mesmo de reencarnarmos, ou mesmo, aquela que escolhemos para nós, é aquela que quando estamos juntos nos faz sentir mais próximos de Deus.
Pai Tupinambá, o eixo desta família retratada, nos ensina a ser livres a medida que somos responsáveis. Pede que sejamos águias e que voemos alto, explica que temos raízes sim, mas que isso não nos obriga ficar fixado em algo, alguém ou lugar. Incentiva para que sejamos autônomos com nossas escolhas e mesmo na relação com o Divino.
Percebo que quanto mais temos as portas escancaradas para esta liberdade, mais queremos estar no “ninho”, mais e mais irmãos se abrigam nesta família e vê de repente sua vida melhor, claro que não é porque isso muda a vida de alguém, mas porque a pessoa muda e muda assim o seu olhar diante a vida, aprende-se que para tudo há dois ângulos, dois lados da moeda e que tudo é uma questão de decisão, se quer sofrer, sofra, se quer ter paz, viva em paz.
A cada dia aprendemos mais o que é ser elo, fazer parte de uma corrente e o que isso realmente importa.
Este ano, 2011, foi um ano de muito aprendizado, chego neste momento, 31 de dezembro, dia de Yemanjá e reverencio vida, que é tão bela, tão prazerosa, justamente por ser improgramável, por quando tudo parecer muito bom vir uma tempestade que desestabiliza tudo e desmancha os castelos de areia, a vida é bela por cada dia ter uma cor diferente, é incrível por ser inconstante.
Sei que em 2012 o mundo não vai acabar, talvez nunca acabe, mas que possamos viver cada dia como se fosse único, ou o último, o que você faria se hoje fosse seu último dia?
Temos novas diretrizes, novas cobranças e velhas também…
Agradeço a todos os irmãos, filhos, colaboradores, parceiros enfim… todos que fazem parte desta família, a Família ICA.
Que neste último dia do ano, as reflexões sejam encaminhadas para o reconhecimento, para a gratidão e para a harmonia.
Façamos juntos em 2012 algo para um mundo melhor!
Eu amo a vida!
Salve Umbanda!
Salve Yemanjá!
Salve a Família ICA!